Fazer uma Faculdade de Jogos é Obrigatório para ingressar na área?

Hoje falaremos de uma questão que muitas pessoas que querem se profissionalizar na área de jogos se perguntam em algum momento. Afinal, sempre há uma época da vida em que até cobranças externas são feitas sobre a famosa pergunta: “Qual faculdade você vai fazer?”.

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Então vamos lá, não é obrigatório cursar uma faculdade de jogos para ingressar na área de desenvolvimento de jogos. A indústria de jogos valoriza habilidades multidisciplinares, portfólio e experiência prática, muitas vezes mais do que diplomas específicos. Muitos profissionais bem-sucedidos nesta área têm formação em disciplinas diversas, como ciência da computação, design gráfico, animação, matemática, entre outras. Toda sua experiência em diversas áreas e referências podem ser úteis em algum momento, pois existem jogos de infinitos tipos e temas, e isso é mágico!

Ok, mas tudo na vida tem suas vantagens e desvantagens, vamos ver algumas.

Vantagens de fazer uma faculdade de jogos:

  • Conhecimento Específico: Uma faculdade de jogos pode oferecer um conhecimento mais aprofundado e específico sobre os princípios e técnicas envolvidos na criação de jogos;
  • Networking: Participar de uma faculdade de jogos proporciona oportunidades para construir uma rede de contatos na indústria, incluindo professores, colegas e profissionais da área;
  • Projetos em Grupo: Muitos cursos de jogos incluem projetos em grupo, proporcionando experiência prática de trabalho em equipe, algo crucial na indústria de jogos;
  • Acesso a Recursos: As faculdades frequentemente fornecem acesso a recursos como laboratórios de computadores, software especializado e bibliotecas específicas para jogos.

Desvantagens de fazer uma faculdade de jogos:

  • Custo Financeiro: As mensalidades de cursos especializados podem ser altas;
  • Especialização Limitada: Uma faculdade de jogos pode fornecer uma especialização muito específica, o que pode limitar as opções de carreira fora do campo de jogos;
  • Rápida Evolução da Indústria: A indústria de jogos muda rapidamente, e às vezes as faculdades podem ter dificuldade em manter seus currículos atualizados com as últimas tendências e tecnologias;
  • Ênfase na Teoria: Algumas faculdades podem focar mais na teoria do que na aplicação prática, o que pode resultar em uma lacuna entre o conhecimento acadêmico e as habilidades práticas necessárias no ambiente de trabalho.
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Minha XP com a Faculdade de Jogos

Desde pequena sempre gostei muito de estudar e posso ser suspeita em falar sobre, mas dou muita importância em buscar conhecimento, seja na escola, faculdade, cursos, pesquisas e experiências, falando em XP, vou falar um pouco sobre como foi a minha na graduação de Desenvolvimento de Jogos Digitais e na especialização em Arte e Animação para Jogos Digitais, ambos na PUCPR.

Durante minha graduação, a grade era focada em programação, com a maioria das disciplinas voltadas para o desenvolvimento. As demais disciplinas complementaram a multidisciplinaridade da área. Estudei programação desde C, passando por C++ e outras linguagens, frameworks e engines, como a Unity. Além disso, disciplinas importantes como Game Design, Gerenciamento de Projetos, Arte e Som também fizeram parte do meu currículo, proporcionando uma visão ampla da área de jogos e as diferentes áreas em si se interligam em um projeto de jogo. Também tivemos pelo menos uma disciplina prática chamada Oficina, na qual desenvolvíamos um jogo a cada semestre, aplicando o que aprendíamos. Isso nos proporcionou uma ótima experiência, tanto individualmente quanto em trabalho em equipe, o que é indispensável em nossa área!

Algo importante a ser mencionado é que não, não vamos ficar jogando nas aulas. Embora isso aconteça de vez em quando, é para fins de referência, estudo ou até mesmo para uma prova. A área de jogos combina tecnologia e criatividade, e há muito a ser aprendido, então se prepare para muita dedicação em estudo e pesquisa.

Na especialização, o foco estava mais alinhado comigo, pois era mais voltado para a área artística e criativa. No entanto, o que aprendi na graduação, incluindo toda a parte técnica e os processos, tem me ajudado na pós-graduação e até hoje, quando preciso preparar um documento, conversar com os programadores e pensar em mecânicas de uma forma funcional. Esses conhecimentos têm sido extremamente valiosos para seguir na carreira.

Durante a especialização, estudei disciplinas que abrangiam desde o desenho tradicional até a animação 2D e 3D, bem como modelagem e o “temido” rigging. Também tivemos disciplinas de programação, pois é crucial que todos que trabalham com jogos tenham pelo menos noção de como programar jogos, som e Game Design, é claro!

A faculdade, para mim, foi de suma importância para minha carreira desde o networking com professores e colegas, com os quais mantenho contato até hoje. Conhecer e participar de eventos como a GGJ (Global Game Jam, link), onde a sede da PUCPR é uma das maiores do mundo, proporcionou-me ótimas experiências práticas, trabalho em equipe e ampliou minha rede de contatos. Além disso, também participei do LAJE, o laboratório de jogos da faculdade, que agregou prática e vivência ao meu currículo, simulando um estúdio com várias equipes trabalhando em projetos de jogos.

Reprodução autora: Foto da formatura.

Para finalizar, caso tenha decidido fazer a faculdade na área de jogos, vamos ver algumas dicas para ajudar na hora de escolher a faculdade e o curso.

Dicas para escolher uma Faculdade de Jogos:

  • Reputação: Opte por instituições reconhecidas na área de tecnologia e design;
  • Currículo: Analise se o curso abrange tópicos essenciais, como design de jogos, programação e gráficos;
  • Professores: Verifique as credenciais e experiência dos professores;
  • Infraestrutura: Avalie a qualidade dos laboratórios, estúdios e software disponíveis;
  • Projetos e Portfólio: Busque cursos que ofereçam oportunidades práticas para desenvolver um portfólio;
  • Parcerias e Networking: Considere instituições com parcerias na indústria de jogos para estágios e networking;
  • Alumni: Pesquise o sucesso de ex-alunos e o suporte pós-graduação oferecido pela faculdade;
  • Eventos e Conferências: Verifique se a faculdade participa de eventos relevantes na indústria.
  • Estágios e Colocações: Descubra se há programas de estágio e suporte à colocação profissional.
  • Feedback: Busque feedback de alunos atuais e ex-alunos sobre a experiência na faculdade.

Agora é com você tomar as decisões para trilhar sua carreira na área de jogos! Como vimos, existem vários caminhos para ingressar na área de jogos, e eles também podem se mesclar. Participar de eventos é incentivado em uma faculdade, assim como buscar mais conhecimento. Você pode optar por fazer seu portfólio com ou sem faculdade, mas o que importa sempre é sua experiência e sua bagagem de referências, além de algo muito importante: saber trabalhar em equipe, pois a área de jogos sempre será colaborativa, ou seja, no modo coop!

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/controle-de-video-game-xbox-jogos-1514536/

Quer saber mais ainda sobre Faculdade de Jogos? Tem um vídeo do Fábrica trazendo mais informações para você:

Keli C. Leal da Cruz

Keli C. Leal da Cruz é designer e desenvolvedora de Jogos Indie, onde atua principalmente com game design, game art, planejamento e marketing. Tecnóloga em Marketing, graduada em Desenvolvimento e Especialista em Arte e Animação para Jogos Digitais. Atualmente é Game Developer na CMON, cofundou o WolfTiger Studios, já participou do LAJE Studio (PUCPR), foi associada da JOGARTA, lecionou aulas de Lógica Básica e Game Design no ensino fundamental, trabalhou na Dragori Games (Tanares Adventures), Flux Games (Cobra Kai 2: Dojos Rising) e no time da DX Gameworks (ToySports, Camp Wars, entre outros projetos), além de participar como QA e Playtester de vários jogos analógicos e digitais.

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