Game Design: 7 Vantagens de Fazê-lo

Game Design é muito associado à ideia de arte, fazer ilustração ou algo do gênero. Fato é que a palavra design nos induz a isto, mas esse não é o foco. O game design trata das questões de planejamento e decisões tomadas na construção do jogo, visando a melhor experiência aos jogadores. Chamamos de modo geral de diversão.

Ao entendermos isso, vem a seguinte questão: por que fazer game design? Quais vantagens posso ter em utilizá-lo em meus games? Logo, vamos tratar de 7 motivos para você colocar em prática o seu planejamento no seu game. Estão longe de ser todos, mas considero alguns que já vão te colocar em reflexão.

1. Estabelecer a visão de como o jogo será pelo Game Design

Game Designer Visionário
Ideia virando visão de como será o jogo.

O fato de você visualizar, escrever ou desenhar o seu jogo faz você criar uma versão dele. Isso contribui para você saber o que é bom para o seu jogo e o que não é.

Se alguém deseja inserir no design de game um personagem que não agrega na narrativa, você perceberá. Caso alguma mecânica não faça sentido com a personagem jogável, você também saberá julgar. O fato é que a visão de jogo contribui para saber como o jogo ficará no final. Assim, você vai saber julgar elementos a serem trabalhados que agregarão à experiência de jogo e outros que não ao seu game design.

2. Padronizar e organizar a comunicação e a sua memória com o Game Design

Comofas para todos se entenderem?

Ao estar sozinho em um projeto, a facilidade de esquecermos o que definimos acontece. Quando se está em equipe então… Isso aumenta consideravelmente. Afinal não é somente esquecer, mas também manter todos falando o mesmo idioma do seu game. Para resolver isso, nada melhor que uma padronização ou documento que contribua para organizar a casa.

O mais conhecido é o game design document (ou GDD), mas não necessariamente precisa ser essse formato ao seu design de games. O importante mesmo é planejar, nem que seja só com desenhos feios num papel vagabundo, mas claros e acessíveis a todos.

3. Pensar nos elementos de jogos antes e de forma integrada

Tétrade de Schell, útil para game designers.
Integração entre elementos via Tétrade de Schell

Sabe aquela história de jogo que tenho um super espião que faz tudo, mas na mecânica do jogo leva dano ao cair na água? Ou o personagem é parado por uma parede invisível na água, sendo que uma estamina poderia ser mais coerente para dar este limite? Este é um problema muito comum em quem inicia fazendo game design. Isso pela ausência de visão de cada um desses elementos e suas relações e integrações ao formar o jogo como um todo. Nada tem ligação com nada, falta encaixe nos elementos. Mecânica, narrativa, estética e tecnologia precisam estarem integradas, fazendo sentido.

4. Atender melhor ao seu público

Um pouco sobre jogadores hardcore.

Quando você entende para quem fará o seu jogo, saberá o que é pertinente para ele. Se tenho jogadores hardcore, sei que serão mais tolerantes no design de game a controles complexos e mais dificuldade. Em se tratando de jogadores de RPGs, espero mais apreço deles por narrativas mais elaboradas. Se o público forem crianças acima de 7 anos, sei que eles já sabem lidar melhor com regras, mas ainda estão aprendendo a ler. Entende? O game designer vai conseguir definir melhor o projeto de jogo ao pensar nessas experiências de forma planejada.

5. Validar o Game Design com protótipos rápidos

Uma técnica válida para testar o game design.
Prototipagem de papel. Sim, existe isso.

Uma das ações do game designer é testar se o planejamento é viável. Isso ocorre por meio de protótipos, ou seja, versões simplificadas do game para ver se sua ideia no papel funciona. Afinal, papel aceita qualquer coisa. Agora, se é boa, somente testando mesmo. Vejo que isso é bem recorrente no pessoal iniciante em achar que só escrevemos papel.

Com os protótipos, você também está agindo a favor do planejamento. Assim testa, de maneira rápida e simples, se aquele jogo planejado vai funcionar com a experiência desejada. Isso contribui a um design de jogo mais preciso aos seus jogadores.

6. Pensar em Games que tragam inovação em seu Game Design

Ótimo game design.
Baita jogaço. Recomendo.

Quando falo inovação, eu me refiro aqui a uma inovação incremental, ou seja, inova melhorando um pouco o já existente. Isso é muito comum nos jogos. CupHead não foi um jogo inovador radicalmente, mas ele trouxe uma arte nostálgica diferente e um jogo bem estruturado em suas mecânicas e progressão. Blazing Chrome se aproveitou da nostalgia dos jogos difíceis das antigas como Contra. Assim, recriou um jogo novo, com história e arte original, resgatando esse fator com jogadores que anseiam por jogos nesse estilo.

Ambos os casos não inovaram de forma radical, mas trouxeram um elemento inovador. Isso foi pensado na experiência e, consequentemente, no game design.

7. Game Design de jogos finitos e sentir o escopo

Projetar um GTA? Pense menor no seu game design.
Sim, gosto das antigas do GTA.

Ao fazer o game design você o faz, primeiramente, fazendo uma visão geral de como será o game. Depois, na produção, você planeja uma parte e depois executa/testa/corrige. Ao rever, volta novamente ao planejamento, revisa e bora implementar/testar/corrigir novamente. Aos poucos, o game design vai evoluindo e execução e testes são intermediários no processo. Não somente será feito no final, depois de planejar todo o jogo primeiramente.

Com isso, você cria um jogo que tem limite e sai daquela onda de fazer o novo GTA, Final Fantasy ou Mario Bros. São muito grandes. Pensa em jogos menores e mais viáveis a sua capacidade. Logo, ele terminará, pois deve respeitar os limites estabelecidos. Também percebe o tamanho do trabalho que terá. Se necessário, já consegue realizar cortes no escopo para o jogo ficar mais enxuto no planejamento. Tudo isso torna o game design mais inteligente e produtivo.

Cabe ressaltar que existem diversas formas de planejar o game design. Eu mesmo vario conforme a equipe e o projeto. Isso você sentirá de acordo com o perfil de equipe e game a ser feito. Já fiz desde uma folha apenas com tudo até desenhos ou documentos no Google Drive. Vale tudo! O importante é planejar o seu game design ou design de games ou design de jogos – tudo a mesma coisa. 😉

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Fabiano Naspolini de Oliveira

Meu nome é Fabiano Naspolini de Oliveira e atuo na área de jogos desde 2006, quando comecei estes estudos na faculdade. Sou de Araranguá – Santa Catarina. Sou formado em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Especialista em Game Design e Docência para Educação Profissional, Mestre em Tecnologias da Informação e Comunicação e Pós-graduado em Gestão Estratégica de Marketing. Já tenho mais de 15 jogos no meu portfólio, tanto educativos, advergames quanto de entretenimento, feitos para jogadores e empresas. Toda essa experiência veio dos meus estudos, experimentos sozinho e, no passado, tive um estúdio de jogos chamado “Céu Games”. Atendi clientes com jogos customizados de acordo com a necessidade deles e ganhamos o Prêmio Mobile Fest de Aplicativos Móveis da Claro em Primeiro Lugar com o game Sperm Race. Também trabalhei como redator do site Nintendo Blast, cuja experiência me ajudou a analisar jogos dos mais diversos do mercado. Publiquei em 2021 meu primeiro jogo no Steam: o Born Race. Hoje sou game designer, professor, escritor de ficção e cuido do site Fábrica de Jogos, portal sobre desenvolvimento de jogos com canal no Youtube voltado a game designers. Meu foco está na educação dos desenvolvedores de jogos e, principalmente, game designers iniciantes.

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